Há algumas décadas,
falar de preservação do meio ambiente é ponto obrigatório nas campanhas
eleitorais, seja de qual espectro forem - da municipal à presidencial.
Excelente seria se os gestos e as políticas públicas acompanhassem o discurso.
O que se vê, infelizmente, é pouca ação ambiental. Não se pode, contudo,
empurrar toda a culpa para os políticos. A população muitas e muitas vezes
padece do mesmo mal: incorporar a fala e se esquecer do gesto. Basta que se dê
um passeio pelo centro de qualquer cidade para perceber o descaso de muitos.
Algumas questões
são menores, sem dúvida. Quanto a uma das maiores, o Ministério do Meio
Ambiente lançou um alerta: as novas Listas Nacionais de Espécies Ameaçadas de
Extinção. Segundo o levantamento - produzido por 1.383 especialistas de mais de
200 instituições, entre 2010 e 2014 -, o número total de espécies ameaçadas
aumentou de 627, na lista anterior, de 2003, para 1.173.
A ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, se defendeu e argumentou que o avanço ocorreu porque
a amostra também cresceu. "A lista cresce porque se conhece mais",
afirmou a ministra. A lista anterior contemplava 816 espécies, enquanto o novo
levantamento considerou 12.256 espécies da fauna brasileira - incluindo peixes
e invertebrados. De acordo com o governo, trata-se da maior avaliação da fauna
já feita no mundo.
Segundo a ministra,
a metodologia utilizada anteriormente definia como objeto de estudo somente as
espécies já consideradas potencialmente em risco de extinção. Embora a lista
das espécies ameaçadas tenha aumentado, 170 espécies deixaram de fazer parte da
relação, incluindo a baleia jubarte e a arara-azul-grande, ambas com populações
em recuperação, segundo a lista.
Os novos resultados
também incluem a avaliação de espécies que nunca antes haviam sido descritas,
como o macaco-prego-galego. O animal, encontrado na Mata Atlântica nordestina,
já entrou na lista como espécie ameaçada. Três espécies consideradas extintas
foram reencontradas pelos especialistas: a libélula Fluminagrion taxaense, a
formiga Simopelta minina e o minhocuçu Rhinodrilus sasner. Da lista divulgada
em 2003, foram excluídos o albatroz-de-sobrancelha e o primata da Amazônia
conhecido como uacari-branco - agora protegido pela Reserva de Desenvolvimento
Sustentável de Mamirauá. Melhoraram de situação espécies como o
mico-leão-preto, o peixe-boi marinho e o bacurau de rabo branco, que só existe
em Goiás.
Conhecer a situação
é o primeiro passo para poder mudá-la. E a mudança depende de todos, não apenas
dos governantes. Que cada um, portanto, faça a sua parte, por mínima que seja.
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