Quando pensamos numa configuração familiar de
“antigamente”, logo nos vem à cabeça a família patriarcal, na qual o pai era o
grande provedor e o polo dominante e a mãe, subalterna, ocupava a posição de
cuidadora da família.
Mas, os tempos mudaram muito e hoje, em nossa
sociedade, além da presença das famílias nucleares, temos várias outras
configurações familiares. Temos, por exemplo, famílias reconstituídas, com
filhos e filhas, mães e pais divorciados ou recasados; famílias monoparentais,
nas quais apenas o pai ou a mãe assume responsabilidade com os filhos; famílias
unipessoais, caracterizadas pelo fato de a pessoa viver sozinha por opção ou
por necessidade; famílias binucleares, nas quais filhos de pais separados vivem
sob guarda compartilhada; famílias homoafetivas, formadas por casais do mesmo
sexo com filhos; uniões consensuais, nas quais os casais não formalizam sua
união; e casais sem filhos por opção, entre outras. Finalmente, como aumentou
muito o número de casais que se separam, também cresceram as famílias
monoparentais sustentadas por mulheres.
Diversas causas – sociais, culturais, econômicas,
afetivas e até tecnológicas – explicam essas novas configurações. Mas, o fato é
que essas mudanças nos colocam novos desafios, entre eles o resgate da
participação da família na vida escolar de seus filhos. Pois é sabido que,
quando os pais não acompanham nem participam das atividades dos filhos na
escola, estão de certa forma ajudando a aumentar a evasão escolar; o
absenteísmo; a falta de comprometimento com os estudos; e as dificuldades de
aprendizagem, entre outros problemas que contribuem para o fracasso escolar.
Precisamente com o objetivo de resgatar esse elo
entre Família e Escola foi criado um programa chamado Pró-Família Harvard,
desenvolvido pela empresa Planeta Educação. Esse programa é baseado em um
projeto criado pela Universidade de Harvard, em Boston (EUA), denominado Havard
Family Research Project e adaptado à realidade brasileira.
O conceito orientador do Pró-Família Harvard é
simples: ao invés de culpar uns aos outros, professores e pais atuam como
parceiros, de maneira a estabelecer relações e a construir confiança mútua,
utilizando o tempo de convivência para dividir sonhos, expectativas e
experiências, visando o sucesso social e acadêmico dos alunos.
Com metodologia inovadora, profissionais
devidamente preparados visitam as residências dos alunos. Nessas visitas, o
Agente Educacional conversa com a família, orientando pais e responsáveis sobre
a importância da participação deles junto à escola. São oferecidas às famílias dicas
simples e práticas, mas que fazem toda diferença na hora do estudo da criança
em casa. Coisas como a importância da participação da reunião de pais; de ter
um local adequado para realização da lição de casa, de se determinar um horário
para estudos, entre outras. Em contrapartida, escola e professor recebem um
retorno sobre cada aluno, com a realidade de cada criança ou adolescente. Com
esse retorno, pode-se entender melhor a dinâmica familiar de cada aluno e,
dessa forma, mudar o olhar e ter um diferencial no trato com esse aluno. Com a
visita, a criança se sente mais importante, melhora sua autoestima e,
comprovadamente, melhora seu comportamento e desempenho acadêmico no ambiente
escolar.
Orientadora Educacional na empresa Planeta Educação
(www.planetaeducacao.com.br); Formada em Serviço Social pela Univap, com larga
experiência em trabalhos relacionados à Educação.
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