Muito
tem se falado em educação, sobretudo nos últimos anos, quando o Brasil passou a
desenvolver políticas públicas voltadas para a educação universalizada – ou
seja, que atendam plenamente da fase infantil até a jovens e adultos.
Hoje, segundo o Unicef, o Brasil superou o
índice de mais de 97% das crianças, entre 7 e 14 anos, matriculadas em escolas.
A contar em números, desde o Fundeb, sobretudo nos últimos 8 anos, o país
passou a atingir metas satisfatórias mínimas em qualidade de ensino. Se
continuarmos nesse ritmo, o analfabetismo poderá ser erradicado em menos de 30
anos e chegaremos, nas próximas duas décadas, a números semelhantes a algumas
nações do Primeiro Mundo no quesito “qualidade do ensino”.
Alguns
pontos, entretanto, merecem demais aprofundamentos.
As
modificações sugeridas pelo MEC, como o aumento de um ano no ensino
fundamental, são válidas, mas o que se deve ressaltar, antes de tudo, não é o
tempo que se passa na escola, mas o que se é ensinado e debatido dentro dela.
Poderá
ser a melhor experiência pedagógica, se a escola conseguir “educar para o
coletivo”. Nove anos, a integrar aí a pré-escola, é uma política positiva,
desde que a escola e seu corpo docente estejam preparados para apresentar uma
proposta viável que justifique o aumento do número de horas em sala de aula.
Os
números do Ideb (Índice para o Desenvolvimento da Educação Básica), referentes
a 2009, mostraram que os anos iniciais obtiveram média 4,6, seguido pelas
séries finais (4,0) e, por fim, o Ensino Médio, com apenas 3,6%. Nesse último
caso, reside a maior fonte de preocupação, porque entre 2005 e 2009, houve
crescimento de apenas 0,2%.
O
governo afirma, entretanto, que a contar do atual ritmo de desenvolvimento, até
2021, o país atingira a média 6, da OCDE (Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico), que inclui países como Canadá e Suécia, por
exemplo. Um caminho foi trilhado: o de aumentar significativamente o acesso à
educação: Entre 1995 e 2005, segundo o Ipea, as matrículas nas escolas
municipais aumentaram de 14,1 milhões para 23,2 milhões.
Nos
últimos anos, entretanto, as pesquisas em educação proporcionaram uma
abrangência no que concerne à reestruturar o ensino.
Debates
sobre a sexualidade e inserção de deficientes se intensificaram, bem como
outros surgiram, no caso do bullying. Em 2008, a lei 11.645 tornou obrigatório
o ensino de História e cultura dos povos originários e afrodescendentes.
Enquanto na década de 1990, os neoliberais
passaram a “educar para o mercado” e enfatizar a iniciativa pessoal e o
empreendedorismo econômico como similares, agora a tônica passa a ser a
tentativa de uma educação mais humana e solidária. Isso se dá, obviamente, por
uma outra proposta de sociedade: se antes a meta era crescer economicamente,
agora é o desenvolver-se socialmente.
Ao
instituir o piso nacional, demos um primeiro passo como sociedade, na
recuperação salarial dos professores. Porém, ainda há demandas que cabem ao
Estado e aos profissionais.
O
Primeiro deve proporcionar que os professores tenham plena realização
profissional, fiscalizando estados e municípios na obrigatoriedade de suas
metas diante do FNDE; aos professores, que sejam agentes do futuro, passando de
professores à educadores, como desejava Paulo Freire. E nisso, adentra o papel
da sociedade civil organizada, que deverá exigir de si mesma e de ambos os
lados, o cumprimento das obrigações de cada parte.
Antes
das metas do primeiro mundo, necessitamos atingir metas qualitativas próprias.
Aquelas que edifiquem a sociedade e o bem comum, melhorem o presente e
construam o futuro.
Fabiano
da Costa e Meila Mauren Velho de Souza.( Professor e Pedagoga)
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