Ser
professor hoje em dia está bem difícil. Os baixos salários, a correria em
várias escolas em busca de um pouco mais de dinheiro, a desvalorização e as
imposições que nos são passadas cada vez mais “goela a baixo” estão acabando
com a profissão.
No Ensino
Médio Politécnico, no seu 2º ano de funcionamento, nada se sabe ao certo, tudo
é imposto e a cada dia de uma maneira diferente, deixando alunos e professores
completamente perdidos. Ora vale a nota, ora é conceito, ora temos provas, ora
tem-se que avaliar o aluno qualitativamente, ora tem dependências, ora são
acompanhamentos paralelos ao longo do bimestre (não sei em que horário) e no
final de tudo a orientação é: passar todo mundo! Porque se não, ano que vem
será a mesma regra deste ano... com alto índice de repetência os alunos que
reprovaram no 1º ano do politécnico tiveram que fazer um provão no final de
março e serem “empurrados” para o 2º ano.
Depois de quase 1 mês de aulas,
perderam a matéria correspondente ao 2º ano, deixaram de fazer trabalhos e as turmas ficaram mais
lotadas, com os alunos que já estavam ali e os que foram remanejados. Abrir
outra turma, para quê? Quase 40 alunos dentro de uma sala de aula com 1
professor é barbada! Afinal, agora, esta é a nova regra: fechar turmas.
Não só no
ensino médio, mas também no fundamental e em várias escolas. Turmas que já
estavam funcionando desde março tiveram que ser fechadas e os alunos “jogados”
em outra sala de aula.
A "ordem" é
não contratar mais professores, mas a qualidade do ensino em nenhum momento é
questionada. Como ficarão essas turmas agora, como será o ensino? Isso é
bobagem, nisso não precisamos pensar.
A "ordem" é
fechar turmas e reaproveitar os professores que sobraram, em outras escolas que
estão sem professores desde o início do ano letivo.
Aí nós professores nos viramos, corremos de
uma ponta a outra da cidade, dando aula em vários colégios e tentando ensinar
algo em uma sala de aula lotada e sem a mínima estrutura. E por tudo isso,
somos recompensados com nossos “excelentes salários”!
Mas por
trás de tudo isso, ainda existe o amor pela profissão, o fazer, o poder de
mudar a vida dessas crianças e adolescentes que passam pelas nossas mãos. Isso
é o que nos dá forças para continuar na carreira e batalhar por melhorias na
qualidade do ensino.
E espero
que eu consiga fazer a diferença na cabeça de alguns deles e que os faça
pensar, para quando forem eleitores, sejam eleitores conscientes e não repitam
os mesmos erros que eu repeti.
Mas fica a pergunta: até quando vamos aguentar
tanto descaso???
Um comentário:
A mesma realidade todos os dias em todo o país...!!!é dificil,porém um desabafo sincero!!Falta muito para a educação ter uma estrutura boa...começando pelo fato de que o ensino apenas coloca um monte de informação na losa,sem ao menos fazer um aprofundamento sobre o que é falado e escrito...!!A questão é:falta mais alunos pensantes,e sobra alunos passivos e sem estrutura...
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