Dados estatísticos apontam para deficiências no ensino no RS, revelando
que a universalização do acesso à escola não é suficiente para garantir o
sucesso escolar dos estudantes. A voz uníssona da sociedade clama por mudanças necessárias
ao desenvolvimento dos estudantes para sua adequada formação.
Nesse sentido, dois aspectos merecem reflexão: o status atribuído ao
professor, principalmente aquele da educação infantil e dos anos iniciais do
ensino fundamental, e a remuneração desses docentes.
Em relação ao primeiro aspecto, cabe lembrar que os jovens não querem
ser professores, razão pela qual cursos de pedagogia e licenciatura estão sendo
fechados. Quanto à remuneração dos professores nessas etapas, constata-se que
ela é, no caso das instituições privadas, 100% inferior à remuneração dos
docentes do ensino superior. Para trabalhar na educação infantil e nos
iniciais, em geral, os professores são recém-saídos do curso normal ou de
cursos superiores, com destaque para aqueles que fazem cursos a distância, mais
rápidos e baratos, mas que impedem o contato presencial com seus professores,
tão importante para a construção de paradigmas no seu futuro trabalho.
Os docentes dessas crianças precisam ser mais qualificados e
valorizados, já que nessa faixa etária forma-se o caráter, a personalidade e há
maior receptividade à intervenção pedagógica do professor.
Há uma inversão de prioridades: os professores que são mais exigidos
porque trabalham com indivíduos em formação são os mais desvalorizados social e
financeiramente e os mais qualificados optam pela educação superior onde
encontram mais status social e melhor remuneração.
Outro aspecto merece destaque: a necessidade de que as universidades
atendam as reais demandas na formação de professores. Os futuros docentes
precisam ter uma formação que tenha real importância na vida dos estudantes e
que venha ao encontro de um ensino que dialogue com as diferentes áreas do
conhecimento, sem que elas sejam fragmentadas, separadas por componentes
curriculares.
A solução dos graves problemas da educação passa pelas mantenedoras que
precisam oferecer aos docentes condições adequadas de trabalho, planejar
atividades de formação continuada e redimensionar a paridade em relação ao
status social e remuneração dos professores da educação básica.
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